quinta-feira, 28 de março de 2013

Como Criar Personagens Inesquecíveis


Criando Personagens

Personagens podem ser definidos de várias formas, mas no fundo eles são apenas repositórios de características. Em outras palavras, o que realmente importa no contexto do livro são as características psicológicas dos personagens e como elas interagem umas com as outras; os nomes, características físicas e backgrounds dos personagens são meramente uma forma de expressar estas características para o leitor. Estas características, também chamadas de "modelos míticos" ou "arquétipos", já foram listadas e catalogadas em diversos livros, e sugiro fortemente as leituras que se aprofundam neste assunto, pois elas "abrem os olhos" para detalhes que o autor iniciante muitas vezes não se dá ao trabalho de observar.

Obviamente, estas "receitas de bolo" servem apenas como uma base para começarmos a organizar nossas ideias, como um fermento para nossa imaginação, e não como um "guia para criar personagens notáveis". 

Uma vez que as características dos personagens e a forma como elas interagirão estão definidas, aí sim começamos a pensar nos personagens.  Por exemplo, decidimos que nossas características serão coragem, impetuosidade, sabedoria e alívio cômico, para os personagens principais.  Podemos decidir, então, criar um protagonista que seja corajoso e impetuoso, com um amigo que seja sábio, mas que promova um alívio cômico.  OU podemos pensar em um protagonista corajoso e sábio, apoiado por um amigo impetuoso e cômico. 

Além destas características, digamos, "boas", é sempre importante colocar uma característica "ruim", pois personagens "perfeitos" não geram tanta empatia quanto os personagens problemáticos. Timidez, traumas, pequenos vícios ou uma quedinha por fazer as coisas erradas dão um charme a mais ao personagem. 
 

Os escritores realmente bons - e aí está o grande segredo - conseguem mostrar as características dos personagens não no texto, mas no subtexto, em tudo que fica implícito nos diálogos entre os personagens, nas metáforas usadas pelo narrador e nas descrições das cenas. Principalmente nos diálogos. Quando retratamos um casal discutindo sobre algum detalhe irrelevante de sua vida, na verdade estamos deixando o leitor perceber, por exemplo, que o homem é maníaco por controle, que a mulher tem medo de enfrentar o marido, mas tem algum segredo escondido, e etc.

E, para não deixarmos de falar das características físicas, basta dizer uma coisa: Da mesma forma que ninguém diz "sou corajoso", isso na verdade fica patente por suas ações (no subtexto...), não há necessidade de descrever fisicamente seus personagens, esta descrição vai nascendo aos poucos no texto, à medida que for necessário. Se a cor do cabelo ou da pele do personagem não afeta em nada a trama, para que ficar descrevendo, então? Lembre-se que descrições são SEMPRE mais pobres do que as informações que aparecem naturalmente no correr da história. É o velho "show, not tell", "mostre, e não conte" das oficinas de  escrita criativa.

Para fechar, vale destacar o que Linda Seguer coloca muito bem em seu livro, sobre os personagens e o subtexto: "Muitas vezes, os personagens não entendem a si mesmos. Eles frequentemente não são diretos e não dizem o que realmente querem dizer. Podemos dizer que o subtexto é o conjunto de todas as motivações e significados que não são aparentes para o personagem, mas que são aparentes para o leitor".

Agora, releia o texto acima e troque "personagens" por "seres humanos".  


Fonte: http://dicasdoalexandrelobao.blogspot.com.br

terça-feira, 26 de março de 2013

DICAS PARA VOCÊ MELHORAR O SEU TEXTO


ESCREVA BEM, ELIMINE OS EXCESSOS.



- Elimine palavras ou expressões desnecessárias: em vez de ato de natureza hostil, escreva ato hostil; em vez de decisão tomada no âmbito da diretoria, escreva decisão da diretoria; em vez de pessoa sem discrição, escreva pessoa indiscreta; em vez de neste momento nós acreditamos, escreva acreditamos; em vez de travar uma discussão, escreva discutir; em vez de na eventualidade de faltar combustível, escreva se faltar combustível; em vez de com o objetivo de, escreva para.

- Evite o emprego de adjetivação excessiva: em vez de o difícil e alarmante problema da seca, escreva o problema da seca; em vez de a profunda crise europeia, escreva a crise europeia.

- Dispense nas datas, sempre que possível, os substantivos dia, mês e ano, além do adjetivo "último": em vez de no dia 12 de janeiro, escreva em 12 de janeiro; em vez de no mês de fevereiro, escreva em fevereiro; em vez de no ano de 2012, escreva em 2012; em vez de no último dia 28 de janeiro, escreva em 28 de janeiro.

- Troque a locução verbo + substantivo pelo verbo: em vez de fazer uma viagem, escreva viajar; em vez de fazer um lanche, escreva lanchar; em vez de pôr moedas em circulação, escreva emitir moedas.

- Use o aposto em lugar da oração adjetiva e, dessa forma, elimine o “que”: em vez de O Recife, que é a capital de Pernambuco, tem sérios problemas de transporte público, escreva O Recife, a capital de Pernambuco, tem sérios problemas de transporte público; em vez de O Corinthians, que é o clube de maior torcida em São Paulo, conquistou o pentacampeonato brasileiro, escreva O Corinthians, clube de maior torcida em São Paulo, conquistou o pentacampeonato brasileiro.

- Empregue o particípio do verbo para reduzir orações: em vez de Agora que expliquei o título, passo a falar do tema, escreva Explicado o título, passo a falar do tema; em vez de Depois de concluir o trabalho, ligarei para você, escreva Concluído o trabalho, ligarei para você; em vez de Quando encerrar a apresentação, passarei ao assunto principal, escreva Encerrada a apresentação, passarei ao assunto principal.

- Elimine, sempre que possível, os indefinidos “um” e “uma”: em vez de A sociedade exige uma punição rigorosa para casos de corrupção, escreva A sociedade exige punição rigorosa para casos de corrupção; em vez de O Brasil se tornou uma terra de ninguém, escreva O Brasil se tornou terra de ninguém.

- Corte o possessivo inútil: em vez de Estou com a minha consciência tranquila, escreva Estou com a consciência tranquila; em vez de Siga mais a sua intuição, escreva Siga mais a intuição.

- Evite o plural desnecessário, ou seja, não pluralize o substantivo abstrato que pertence a dois ou mais seres: em vez de A polícia não revelou as identidades dos bandidos, escreva A polícia não revelou a identidade dos bandidos; em vez de A universidade divulgou os nomes dos aprovados, escreva A universidade divulgou o nome dos aprovados; em vez de Estão confirmadas as presenças do governador e do ministro da Saúde, escreva Está confirmada a presença do governador e do ministro da Saúde.

Fonte: http://www.portuguesnarede.com

segunda-feira, 25 de março de 2013

Os Segredos da Ficção - Raimundo Carrero


Para quem aspira ser um escritor, é importante ter em mente algumas informações importantes. Veja abaixo um fragmento do livro "Os Segredos da Ficção - Raimundo Carrero", um dos mais completos sobre o assunto.

           “As insatisfações preocupam, os dias parecem perdidos. As tardes quentes. As noites mortas. “O autor iniciante não deve imaginar que está perdendo tempo quando tem os olhos perdidos no vazio”, lembra Vizinczey. Continuamos escrevendo, escrevendo, escrevendo. As palavras se atropelam, as frases confusas, a pontuação ruim. Isso não presta, isso não pode prestar. Confuso, ruim, inexato, feio, tediosos, barulhento.
          Mesmo assim acreditamos nessa voz. Ela está nos conduzindo ao caminho certo. Fazemos leituras, mais leituras, mais leituras. Lendo os clássicos, os consagrados, os exaltados. Escrevendo e lendo. Escrevendo, lendo. Escrevendo. Lendo. Sempre os bons autores, os melhores. Aos poucos vamos observando as diferenças. As diferenças básicas. Fundamentais.”

quinta-feira, 21 de março de 2013