Reforma Ortográfica da Língua
Portuguesa
Trema
- Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre
a letra u para indicar que ela deve ser
pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era
agüentar
cinqüenta
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Como fica
aguentar
cinquenta
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Atenção: o trema permanece apenas nas palavras
estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
- Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era
colméia
idéia
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Como fica
colmeia
ideia
|
Atenção: essa regra é válida somente para
palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas
terminadas em éis, éu, éus, ói,
óis. Exemplos: papéis,
herói, heróis,
troféu, troféus.
- Nas
palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos
quando vierem depois de um ditongo.
Como era
baiúca
feiúra
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Como fica
baiuca
feiura
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Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
posição final (ou seguidos de s), o acento
permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
- Não se usa mais o acento das palavras terminadas
em êem e ôo(s).
Como era
lêem
vêem
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Como fica
leem
veem
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- Não se usa mais o acento que diferenciava os
pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e
pêra/pera.
Como era
Ele pára o carro.
Comi uma pêra.
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Como fica
Ele para o carro.
Comi uma pera.
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Atenção:
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado
do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo),
na 3a pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa
do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair
mais cedo, mas hoje ele pode.
- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante
que foi feita por mim.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular
do plural dos verbos
ter e vir, assim como de
seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
Exemplos:
Ele tem dois carros. /
Eles têm dois
carros.
Ele vem de Sorocaba. /
Eles vêm de
Sorocaba.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras
forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja
este exemplo: Qual é a forma
da fôrma do bolo?
Uso do hífen
- Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de
palavra iniciada por h.
Exemplos:
Anti-higiênico
Macro-história
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano
perde o h).
-
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal
com
que se inicia o segundo elemento.
Exemplos:
Aeroespacial
Agroindustrial
- Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.
Exemplos:
Anteprojeto
Autopeças
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.
Exemplos: vice-rei, vice-almirante.
- Não se usa o hífen quando o prefixo termina em
vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:
Microssistema
Minissaia
- Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o
hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.
Exemplos:
Contra-ataque
Micro-ondas
- Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o
hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
Inter-racial
Super-resistente
Atenção:
• Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos:
hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
- Quando o prefixo termina por consoante, não se
usa o hífen se o segundo
elemento começar por vogal.
Exemplos:
Hiperativo
Interescolar
- Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós,
pré, pró, usa-se
sempre o hífen.
Exemplos:
Ex-aluno
Além-mar
- Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de
composição.
Exemplos:
Girassol
Paraquedas
Fonte:
Michaelis (Guia Prático da Nova
Ortografia)