Ryoki Inoue
O escritor mais prolífico do mundo cansou de esperar pelas editoras. Autor de 1.100 títulos e reconhecido em 1993 pelo Guinness como o homem que mais escreveu e publicou livros em todo o planeta, Ryoki Inoue já viu seu nome em obras lançadas pelos maiores grupos editoriais do país, mas se sentiu desvalorizado, desistiu e resolveu publicar ele mesmo suas próximas obras, criando uma empresa para fazer isso de forma independente. “O autor é apenas um ninguém para as editoras”, disse o escritor.
“Cansei de ficar esperando prestações
de contas. E também cansei de esperar que essas grandes editoras fizessem
alguma coisa do ponto de vista de divulgação e marketing”, disse. Em sua
empresa, a Ryoki Inoue Produções, o escritor diz ter um controle maior do
processo de publicação, da divulgação, da distribuição (com vendas
especialmente pela internet) e do retorno financeiro pelos livros vendidos.
Médico, Inoue mudou de profissão e se
tornou escritor nos anos 1980. Ele começou a publicar livros de bolso para
leitura rápida, com títulos de westerns e pequenos romances históricos vendidos
em bancas de revistas. A necessidade de ter uma renda fixa com este trabalho
fez com que desenvolvesse técnica para escrever rápido e conseguir publicar
muitas obras (até 12 livros por semana), o que o fez alcançar a marca de
recordista mundial. Mais recentemente, ele se tornou autor de obras maiores,
como “Saga” (Ed. Globo) e “Fruto do Ventre” (Record), mas não ficou satisfeito
com a relação com as editoras.
“As editoras grandes, ditas
convencionais, estão preocupadas em investir só em autores de retorno certo. Um
principiante dificilmente encontra um lugar ao sol”, disse. Segundo ele, a
dificuldade em conseguir falar com os editores é outro motivo que o faz
escolher e incentivar a publicação independente. “É mais fácil uma boa relação
com uma editora pequena do que com uma grande”, disse.
Ele alega ainda que os escritores
devem assumir o papel de principais divulgadores e vendedores dos seus próprios
livros de forma independente. “Um dentista, para poder trabalhar, tem de
investir em seu consultório. Um escritor tem de investir em seu próprio
trabalho. Esperar que apareça uma editora que invista em sua obra é bastante
utópico.”
Adorei o artigo! É bem por aí mesmo... As editoras até podem publicar uma obra que considerem boa de um autor principiante, mas o processo de divulgação tem que partir dele. Se a parte principal (divulgar a obra) tem que ser feita pelo próprio autor, não seria mais conveniente imprimir as obras numa gráfica e vendê-las diretamente por blogs e sites pessoais? Somente assim, como disse o autor
ResponderExcluirRyoki, é possível controlar melhor o retorno financeiro e vender as obras num preço mais acessível. Os livros nacionais são muito "caros" em vista dos estrangeiros e poucos leitores se aventurariam a pagar um valor exorbitante num autor desconhecido.