segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Resenha: Livro À Sombra da Lua - Marcos DeBrito



Sinopse

Durante o dia, Vila Socorro é apenas uma pacata cidade do interior de São Paulo, reduto da imigração italiana no Brasil. Mas, quando o sol se põe, uma criatura desconhecida aterroriza os moradores, que cobram uma solução das autoridades locais, afinal, há décadas o vilarejo sofre com mortes misteriosas, cometidas por um assassino que não deixa rastros e desafia a lógica humana. Estreia do cineasta Marcos de Britto na literatura, "À Sombra da Lua" já nasce um forte candidato a clássico do terror nacional ao explorar o mito universal do lobisomem contrapondo, numa narrativa madura e vigorosa, racionalidade e mistério.


Resenha

A trama começa retratando o auge da imigração Italiana no Brasil no final do século XIX. Entre os estrangeiros que se aventuram deixando sua terra natal para se instalar na Vila Socorro, interior de São Paulo, está a família Cesari.

O que parecia ser o começo de uma nova vida onde a esperança de dias melhores pudesse compor um futuro minimamente promissor, logo se revelará como uma grande preocupação, pois uma série de assassinatos cometidos no vilarejo esconde um terrível segredo. 

“ Uma resposta fria e verdadeira foi o que ela conseguiu. Álvaro respeitava os mortos e não via maldade ou qualquer agouro em falar da pós-vida com naturalidade.”

Enquanto as mortes, cada vez mais violentas, continuam a acontecer, as autoridades da cidade discutem estratégias para capturar o responsável por tal matança, seja ele um lobo faminto ou um psicopata assassino. Em meio a todo esse clima de insegurança no qual vive o vilarejo, o jovem Álvaro, cujos rumores dão conta de que o pai teria matado a mãe e as irmãs a machadadas, inicia um romance com a Alana, filha do Dr. Dário, médico e um dos homens mais influentes da cidade. Mas logo esse romance secreto vivido pelo casal será ameaçado pela paixão que Vicente, um rapaz da alta sociedade local, nutre pela moça. 

“Seu peso rangia o assoalho a cada passo que dava em direção à cama.”

A busca pelo assassino sanguinário que aterroriza os moradores da Vila Socorro vai conduzir o leitor a um clima sombrio e apavorante, onde as suspeitas apontam para várias hipóteses, mas a verdade, aos poucos vai se descortinando e revelando algo aterrador.

Com a sua experiência como roteirista e cineasta, Marcos DeBrito construiu uma trama instigante e cheia de reviravoltas, capaz de nos fazer prender a respiração a cada página virada.  Munido de uma narrativa absolutamente madura e consistente, o autor nos garante uma história repleta de mistério, suspense, romance e horror.   

“ — Não é desejo, Senhor Valêncio, é a vontade divina! Suma logo daqui e leve esse seu conhecimento nefasto com o senhor antes que os santos também percam a paciência.”

Além de Álvaro e Alana, À Sombra da Lua conta com outras personalidades peculiares. Valêncio, por exemplo, é um desses personagens que, embora em alguns momentos pareça coadjuvante, vai se revelar um homem de grandes conhecimentos e portador de alguns segredos decisivos ao desenrolar da trama. Cada personagem foi muito bem construído, retratando as mais diversas características e as ambições de cada um. 

“Ulisses franziu as sobrancelhas numa expressão de estranhamento. Parecia estar num labirinto, onde os múltiplos caminhos o afastavam cada vez mais do seu centro racional.”

À Sombra da Lua é sem dúvida um excelente livro para quem busca uma eletrizante história de mistério pautada numa surpreendente jornada ao sobrenatural. Recomendo!

Livro: À SOMBRA DA LUA
Editora:
 Rocco
Autor: Marcos DeBrito 
ISBN:978-85-325-2816-2
Páginas:288
Formato : 15,5x22,5






domingo, 29 de setembro de 2013

Entrevista com o autor Marcos DeBrito

Recentemente tive a oportunidade de conhecer (ainda que virtualmente) o escritor Marcos DeBrito. Fiquei surpreso pela simpatia com que o autor trata seus leitores. DeBrito respondeu às minhas mensagens e não hesitou em me conceder esta entrevista. O autor também me enviou o livro para que eu pudesse lê-lo e resenhá-lo aqui no blog. Tal resenha será apresentada nas postagens posteriores. Deixo aqui os meus agradecimentos ao autor. Confira abaixo a nossa entrevista. 

 DEBRITO
Não busco um estilo. Acho que busco escrever sobre o que tenho medo.”


O escritor e cineasta brasileiro Marcos DeBrito nos brinda com o seu o seu livro À Sombra da Lua, lançado neste mês de setembro pela editora Rocco. O livro promete ser um clássico do terror nacional.  


AOS – Sendo um conceituado e premiado cineasta brasileiro, o que lhe fez enveredar por trilhar os caminhos da literatura na qualidade de escritor? E como surgiu a idéia do livro À Sombra da Lua?

Marcos DeBrito - Virar escritor foi um acontecimento inesperado na minha carreira. Meu ramo principal de trabalho é roteiro e direção cinematográfica, porém quando escrevi o À SOMBRA DA LUA como longa-metragem eu percebi que era inviável produzir o projeto na época devido ao seu altíssimo custo. Como eu gostava muito da história, não queria deixá-la na solidão de uma gaveta. Eu queria que o À SOMBRA DA LUA existisse. Essa era minha maior preocupação. Então resolvi adaptar para romance e felizmente a editora Rocco enxergou qualidades no texto que o fizeram ser publicado.

AOS - Por que recorrer ao ambiente do século XIX?

DeBrito - Foram vários os motivos, mas eu diria que o principal foi devido ao momento histórico que o Brasil estava passando. A intensa imigração italiana no interior paulista nos anos seguintes à abolição do trabalho escravo me pareceu o cenário ideal para justificar a presença de uma criatura supostamente oriunda do continente europeu. Outros elementos do século XIX como o comportamento, os trajes e arquitetura também me agradavam mais para ambientar uma história romântica de terror.

AOS - Considerando que o livro trata de um tema do imaginário popular no folclore brasileiro (com sua raiz na Mitologia Grega), em sua opinião À Sombra da Lua pode ser classificado como um livro de terror?

DeBrito - Particularmente, acredito que não é a melhor definição para o livro. Porém, quando se existe uma criatura, ou é comprovada uma presença sobrenatural, é difícil não entrar na convenção do gênero. Eu vejo o À SOMBRA DA LUA mais num estilo de O LABIRINTO DO FAUNO, do Guillermo Del Toro, ou o DRACULA, do Coppola. Ambos trabalham de forma mais romântica a questão da criatura e era dessa maneira que eu queria retratar a minha. Mas se o livro não estivesse na categoria "Literatura de Horror", estaria, no mínimo, como "Romance Fantástico".

AOS - Em À Sombra da Lua, você trabalha com personagens muito bem definidos e um estilo de narrativa contemporâneo. Isso é consciente?

DeBrito - Poderia dizer que sim, é consciente, porque o texto parte de um planejamento. Faço um esboço de toda a história, separado por sequências, até o fim. Somente depois de ter tudo que preciso que começo a escrever. Não é um processo rápido, pois dependendo do que estou escrevendo, muita pesquisa se torna necessária (como foi o caso do À SOMBRA DA LUA). Talvez o meu estilo tenha sido descrito como contemporâneo, pela maneira como boto as palavras no papel. Como sempre escrevo antes como roteiro para cinema, a imagem da ação está muito clara na minha cabeça. O que faço é simplesmente descrevê-la e insiro emoções particulares que não seriam possíveis demonstrar somente com imagem em movimento. Como, no cinema, a maior preocupação é deixar um espectador preso à cadeira durante duas horas. Você precisa trazer surpresas de tempos em tempos na trama. E para funcionar, seus personagens precisam ser coesos. Todos ali têm uma função no universo proposto. Tentei transpor essa sensação para a literatura, mas acredito ainda estar procurando o equilíbrio.

AOS - Após a experiência de ter escrito À Sombra da Lua, como você define o seu estilo enquanto autor?

DeBrito - Ainda não me defino como escritor com determinado estilo porque esse foi o primeiro texto. Mas algo que sei que não mudarei são as descrições pesadas de situações mais fortes e que nunca abandonarei a discussão sobre o peso da morte. Tenho essa preocupação recorrente em tudo que faço. Não busco um estilo. Acho que busco escrever sobre o que tenho medo.

AOS - Quais são suas maiores influências literárias? Qual autor (a) destacaria como favorito?

DeBrito - Nessa questão, provavelmente, sou apenas mais um dos vários escritores deste gênero que tem como inspiração maior o Edgar Allan Poe. Eu diria que ele, e o Álvares de Azevedo, são meus autores preferidos. Tanto que MACÁRIO é meu livro de cabeceira e THE RAVEN é um conto que carrego sempre comigo. Como autores, são meus favoritos. Mas minha influência maior vem do cinema. E nesse campo são inúmeros os diretores que admiro.

AOS - Qual a sua análise sobre a literatura contemporânea brasileira?

DeBrito - Não acho que eu tenha gabarito para analisar a questão da literatura nacional contemporânea porque leio apenas textos mais antigos. No estilo que gosto, a melancolia se perdeu muito com o passar do tempo e ainda não encontrei alguém que retomasse esse meu interesse.

AOS - Em que difere o escritor do cineasta em termos de proximidade com o público?

DeBrito - Do pouco que já pude ter contato com o público leitor, é uma relação mais saudável. O espectador do cinema é mais ferino em suas críticas. Depois de 2hs sentado em uma poltrona, é fácil sair e falar "não gostei" (ou coisa pior) apenas respaldado por seu gosto duvidoso. Alguns espectadores reclamam de uma produção como se ela precisasse te sido feita exclusivamente para ele. E quando há uma controvérsia à sua expectativa pessoal, o mérito do trabalho lhe parece nulo. Mas isso é apenas uma parcela do público. O risco de um filme ser massacrado é o mesmo de virar cultuado. Depende muito das experiências de cada um. Agora, em um livro, como se gasta mais tempo e esforço idealizando um mundo completamente novo, a imersão parece maior e consequentemente a empatia com os personagens e universo. Isso parece coibir o leitor de críticas mais ferrenhas, pois muito da criação parte da sua própria mente.


AOS - O seu livro de estréia À Sombra da Lua foi publicado pela Rocco, uma das editoras mais bem conceituadas do país. Qual conselho ou sugestão você daria aos aspirantes a autores que ainda trilham o árduo caminho da busca por uma editora?


DeBrito - Persistência. Quando me falaram que seria impossível entrar em uma editora como a Rocco, eu não desanimei. Não conhecia ninguém do ramo literário e botei meu trabalho para ser visto. Mandei para umas 6 editoras pequenas e para a Rocco apenas como um "tiro no escuro". Mas recebi o telefonema deles e soube que a escolha por publicarem foi unânime. Mas algo que é OBRIGATÓRIO ser feito antes de mandar para as editoras, é revisão Literária e Ortográfica. Tenha sempre em mente que o seu texto original não está bom! Há erros gramaticais, repetição de palavras, pleonasmos e todo tipo de vício que afasta uma boa leitura. Receber uma crítica antes de enviar é necessário. Contrate um profissional para fazer isso, pois é um valor bem investido. Antes de apresentar à Rocco passei por duas revisões literárias. A primeira me fez reescrevê-lo todo novamente.

AOS - Você já tem novos projetos na área literária? Caso os tenha, pode nos falar um pouco sobre eles?

DeBrito - Eu estou finalizando meu longa-metragem CONDADO MACABRO (www.condadomacabro.com.br) e assim que estiver pronto vou terminar o último capítulo do meu próximo livro, intitulado O ESCRAVO DE CAPELA. Apesar de eu não querer estar preso a um estilo, tanto o filme como o próximo romance também são de terror, rs. O filme é estilo slasher anos 80. Já no livro, repaginei a origem do Saci e da mula sem cabeça em uma história que se distancia do nosso folclore. Reinventei a lenda de forma mais visceral. Quem já leu a versão de trabalho, achou tão interessante quanto o À SOMBRA DA LUA. Permaneci com o ritmo cinematográfico das surpresas da trama e trago personagens com uma dualidade maior entre a bondade e a maldade. Fora esses, a Rocco já conversou comigo sobre uma trilogia para o À SOMBRA DA LUA e já estou esboçando as continuações. Mas meus trabalhos mais próximos de serem vistos no futuro são o CONDADO MACABRO, O ESCRAVO DE CAPELA, e um outro longa chamado NELSON NINGUÉM (www.nelsonninguem.com).



sábado, 28 de setembro de 2013

Resenha - Blog: Livros uma Grande Paixão


Resenha por: Jéssica Antunes


Capa:
Muito bonita e a contra capa também, gostei bastante.

Escrita: 
O livro foi bem escrito, muito bom.

Enredo:
Uma estória surpreendente.
Achava que era um livro sobre vampiros, imortais, mas não, á estória conta sobre a vida após a morte... (...)  Leia +

Sorteio do livro aqui!




The Outcast - Kathleen Kent

Recentemente passando pelo “The New YorkTimes”, o livro de Kathleen Kent me chamou a atenção. Não sei se a obra já chegou ou chegará ao Brasil, mas achei a história bem interessante, por isso resolvi postar aqui  ;)


Uma
emocionante história de aventura sobre um tesouro enterrado. A caçada a um homem. Uma mulher determinada a começar uma nova vida no velho oeste.

A trama se passa no século 19 na Costa do Golfo, numa época de oportunidade e ilegalidade. Depois de escapar do bordel Texas, onde era mantida em cárcere privado, Lucinda Carter vai para Middle Bayou  para encontrar seu amante, que tem um plano para torná-los ricos, perseguindo os rumores de um suposto tesouro enterrado por um pirata.

Enquanto isso, Nate Cannon, um jovem policial do Texas, munido de um coração puro e um grande senso de justiça, está à caça de um assassino cruel chamado McGill, que se tornou conhecido por matar friamente homens, mulheres e até crianças em toda a fronteira. Quem sobreviverá quando seus caminhos se cruzarem?

Kathleen Kent


Fonte: The New York Times


O Twitter e a Literatura


O Twitter pode ajudar a revolucionar a forma de entender a literatura graças à utilização exclusiva de seus 140 caracteres, pelo menos na opinião da escritora e filósofa Márcia Tiburi, que participou nesta quarta-feira da Social Media Week, que acontece nesta semana em São Paulo.


"Podemos fazer uma pequena revolução em nome de uma vasta e longa literatura, que pode ser lida em conta-gotas pelos 140 caracteres do Twitter", ressaltou Márcia durante o encontro, que é realizado simultaneamente em diferentes cidades do mundo.

Segundo os especialistas em mídias sociais reunidos no evento, essas ferramentas não só estão ajudando a modificar a forma de ler livros, mas também em sua difusão.

"Hoje as pessoas podem pôr trechos de livros no Facebook e no Twitter, e desta forma a internet está sendo importante na ampliação de novos conhecimentos", afirmou por sua vez a jornalista Mona Dorf.

Na opinião de Mona, a limitação dos caracteres de Twitter não é um problema, mas uma característica que "potencializa" a ampliação do acesso ao conhecimento.

"Nunca escrevemos tanto como na era online, vivemos em um mundo que as pessoas se enviam mais mensagens do que falam. As pessoas se comunicam através da língua escrita e através dos dedos", destacou a jornalista.

Durante a Social Media Week, que acontecerá até sexta-feira no Museu da Imagem e do Som de São Paulo, cerca de 160 conferencistas abordarão assuntos relacionados com a internet, inclusive a espionagem nas redes sociais.

Além da capital paulista, o encontro, que foi criado em 2009 em Nova York, acontece em Berlim, Bogotá, Chicago, Londres, Los Angeles, Mumbai e Toronto.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Clarice Lispector é tema de livro de Marina Colasanti


Clarice Lispector (1920-1977) sempre foi devotada aos amigos, especialmente escritores. Diante deles, não era um ser fechado, amargurado, como se perfilava a partir de sua escrita intimista - na verdade, Clarice mostrava-se atenciosa e invariavelmente convidava as pessoas para a visitarem.


No rol das amizades, destacava-se o casal Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna. Ambos a conheceram quando já era escritora consagrada, mas cultivaram com ela uma relação de profunda amizade, que percorreu os caminhos da literatura e da vida. É o que se observa em "Com Clarice" (Editora Unesp), volume em que Marina e Sant’Anna esboçam um retrato sensível de uma mulher, à primeira vista, indecifrável.


Por isso, o livro apresenta facetas por meio de estudos acadêmicos até da transcrição de um importante depoimento dado por Clarice ao Museu da Imagem e do Som do Rio, em 1976, e do qual participou o casal de amigos, a pedido da escritora. "Ela estava particularmente feliz naquele dia, sorrindo várias vezes", lembra-se Sant’Anna, que teve a ideia da obra graças aos incessantes pedidos de pessoas que escreveram livros relevantes sobre Clarice: resolveu oferecer sua visão e a de Marina, lembranças de afeto e epifanias.


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O homem do bosque - Scott Spencer


Uma viagem inesquecível de um homem cuja existência muda por completo num piscar de olhos


O que pode acontecer quando alguém mata uma pessoa que vive praticamente sozinha no mundo, um indivíduo de cuja morte ninguém perceberia?


Em seu romance mais arrebatador, O homem do bosque, considerado um dos melhores de 2010 pela Amazon, Scott Spencer prova por que é avaliado como um dos maiores escritores norte-americanos da atualidade e por que é unanimidade entre os críticos ao redor do mundo.

Desde adolescente, Paul vive por conta própria. Livre, independente. Guiado sempre por um código de conduta rígido, tendo feito um pouco de tudo na vida, ele chegou a pensar que nunca teria um norte, que estava apenas ao sabor do vento. Até que conhece a bela, inteligente e amorosa Kate Ellis, e sua filha, Ruby, de nove anos. As duas lhe oferecem uma vida de ordem e regularidade. 

Contudo, ao caminhar por um parque, o protagonista encontra um homem espancando um cachorro e, por alguns momentos, mergulha num mundo de violência e numa jornada anárquica de autoconhecimento, redenção e culpa. Morte e vida cruzam seu caminho.

Scott Spencer capta a intensidade da paixão humana – e sua capacidade, ao mesmo tempo, destrutiva e redentora – com precisão e discernimento sem precedentes. Ele abusa da ironia, da espirituosidade e de sua profunda sensibilidade num thriller psicológico e provocante que trata da moral e da masculinidade, das escolhas e do destino.


Prêmio Jabuti desclassifica três finalistas


Três livros que estavam entre os finalistas do Prêmio Jabuti foram desclassificados nesta quarta-feira. Em reunião, o conselho curador entendeu que as obras contrariavam o regulamento. A lista oficial foi anunciada na semana passada.


Entre os livros eliminados está A Pedra na Praça (Rovelle), de Ana Sofia e Tatiana Mariz, uma adaptação de contos de Tolstói que foi retirada da competição por não se tratar de obra inédita. Em seu lugar, entrou o livro O Peixe e a Passarinha (Companhia das Letras), de Blandina Franco e José Carlos Lollo.

Na categoria tradução, dois livros foram desclassificados, Ficção Completa - Bruno Schulz (Cosac Naify), com tradução de Henryk Siewierski que já havia sido parcialmente publicada, portanto não atendia ao critério de ineditismo. A obra foi substituída por O Comedido Fidalgo (Benvirá), de Juan Eslava Gavan, na tradução de Josely Vianna Baptista. A outra é a tradução de Mamede Mustafa Jarouche para o Livro das Mil e Uma Noites - Vol. 4 (Globo), porque o regulamento determina que "no caso de traduções, quando houver vários volumes, será considerada a data do último publicado, desde que nenhum dos demais volumes tenha sido inscrito em edições anteriores do Prêmio". O primeiro livro da série já havia sido premiado pelo Jabuti, em 2006. O título que entrou em seu lugar foi Fora do Tempo (Companhia das Letras), de David Grossman, traduzido por Paul Geiger.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Fique comigo - Harlan Coben


Megan é uma típica dona de casa rica que nem sempre levou uma vida tradicional. Ray, um fotógrafo falido. E Broome, um detetive que não desiste de um antigo caso não solucionado.


O que três pessoas tão diferentes podem ter em comum? Todas elas são assombradas por um acontecimento que mudou suas vidas: Stewart Green, um pai de família viciado em frequentar boates de striptease, desapareceu sem deixar vestígio.

Agora, 17 anos depois, um jovem chamado Carlton Flynn some na mesma data em que Stewart desapareceu. O que poderia ser apenas uma coincidência se torna um padrão quando Broome, que foi designado para o caso, descobre que, ao longo desse tempo, outros homens sumiram do mapa nas mesmas circunstâncias.

No mesmo dia, Ray é agredido na saída de um trabalho. Aquilo que a princípio parecia um assalto comum se revela um ataque encomendado que pode ter relação com seu passado. Enquanto isso, alguém que Megan conheceu há muitos anos reaparece inesperadamente e ela percebe que a vida que construiu para si está ameaçada.

 Essa sequência de eventos digna de um filme de Hitchcock arrasta os três para um mundo sombrio de sexo, mistérios e violência, em que seus segredos mais profundos são colocados em risco. Ao mesmo tempo, leva-os a reavaliar suas escolhas e a questionar se finalmente não chegou a hora de a verdade vir à tona.

Trecho do livro aqui!

Vencedor de diversos prêmios, Harlan Coben é o único escritor a ter recebido a trinca de ases da literatura policial americana.



terça-feira, 24 de setembro de 2013

Stephen King critica Crepúsculo e Jogos Vorazes


Prestes a lançar Doctor Sleep, livro que dá continuidade ao clássico O Iluminado, adaptado por Stanley Kubrick (Laranja Mecânica) para os cinemas nos anos 80, o escritor americano Stephen King tem acompanhado nos últimos anos um grande número de franquias inspiradas em literatura invadir as telonas. Mas segundo a Variety, sua opinião não é das mais favoráveis quando o assunto é este novo cenário.


Em entrevista ao site, o autor não poupou críticas à qualidade literária das sagas Crepúsculo e Jogos Vorazes, ambos sucessos de bilheteria em torno do mundo. "Concordo com quem diz que Crepúsculo é pornografia adolescente. Sua história não fala de vampiros e lobisomens, mas sobre como o amor de uma garota pode transformar um bad boy em mocinho", avaliou.

Sobre Jogos Vorazes, King chegou a comparar com outra de suas obras adaptadas, o filme O Sobrevivente. "Li e não senti necessidade de continuar. A história não tem nada a ver com The Running Man (título em inglês), que retrata um jogo onde as pessoas realmente são mortas ao vivo pela tv em uma sátira aos reality shows", completou.

Doctor Sleep, novo livro de Stephen King, se centra na vida adulta de Danny Torrance, o jovem vidente de O Iluminado. Após a morte de sua mãe Wendy, o rapaz passa a ser atormentado pela memória de seu pai alcoólatra, interpretado por Jack Nicholson (Melhor é Impossível) na adaptação da obra dos anos 80, que foi abertamente reprovada pelo escritor. Será que podemos aguardar a continuação de O Iluminado para o cinema?



Débora conta histórias


A potiguar Débora Araújo Seabra de Moura, 32 anos, é um exemplo. Corajosa, é a primeira professora graduada do Brasil com Síndrome de Down, num país onde há cerca de 300 mil pessoas com a síndrome e apenas cem estão no mercado de trabalho. E agora também autora do enriquecedor livro Débora Conta Histórias, que usa a rotina de uma fazenda cheia de animais para falar sobre preconceito, rejeição e amizade.


São historinhas fofas e singelas, que trazem mensagens muito positivas em sua essência, como o caso do cachorro e do papagaio que não se davam. Um não aceitava o jeito do outro e um dia se atracaram numa briga. Até que a menina Sandra, personagem criada para homenagear uma amiga da autora, interfere: “Bichos têm que ser como gente, aceitando as diferenças uns dos outros. Se todos forem iguais, o mundo fica chato”. Assim, papagaio respeita cachorro com seu pelo e seu latido, e cachorro respeita papagaio com suas penas e suas falas.


Pautada pelo próprio exemplo de vida e  perseverança com que sempre lidou com a adversidade, a autora usa sempre a inclusão como pano de fundo. Sandra e os bichinhos que andam pela fazenda da vovó lidam com problemas humanos como preconceito e rejeição. Uma das fábulas é sobre a discriminação que o pato sofria por não querer namorar outras patas, e sim, outros patos. 



"The Girl" - Estuprada por Polanski


Samantha Geimer diz que tudo o que ela realmente quer é que a deixem em paz. Hoje Geimer está com 50 anos de idade e divide seu tempo entre o Havaí e Nevada com o marido e três filhos. Mas há 36 anos em Hollywood, quando tinha apenas 13 anos, Samantha, influenciada pelo álcool e pelas drogas, impressionada pela fama e pela diferença de idade, foi fotografada em topless e estuprada pelo diretor Roman Polanski, na época com 43 anos.


Indiciado pela justiça americana, o premiado
diretor polonês, conhecido por filmes como " Chinatown ", "O Bebê de Rosemary " e " O Pianista " fugiu dos Estados Unidos em 1978, antes da sentença final.

Roman Polanski

Hoje, Geimer diz ter perdoado Polanski. “Não por ele, mas por mim mesma”, afirma. Geimer está lançando "The Girl : A Life in the Shadow of Roman Polanski " um livro onde ela denuncia o sistema judicial da Califórnia e diz: “Aos 13 anos, meu crime foi ter sido vítima de um estupro por parte de uma celebridade de Hollywood”. 


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Doctor Sleep - Continuação de "O Iluminado"


O escritor norte-americano Stephen King afirma estar nervoso com continuação de 'O Iluminado'. King acha que novo livro será analisado em comparação com a obra anterior.


O escritor disse estar ansioso pela reação do público ao seu novo livro, uma continuação do romance 'O Iluminado', lançado em 1977.


Em entrevista à BBC, King declarou esperar que 'Doctor Sleep' (ainda sem título no Brasil) seja fortemente comparado ao livro anterior. Ele ainda disse que constantemente visita sites sobre literatura para saber o que os leitores estão comentando sobre a obra, mesmo antes do lançamento.


domingo, 22 de setembro de 2013

A vitrine da autopublicação


Não só obras de fantasia ou juvenis se beneficiam da vitrine da autopublicação no Brasil. A mais recente contratada da Record, após receber elogios nas redes, foi uma tese de mestrado, “Bispos Católicos e a Ditadura Militar Brasileira”, defendida na UFRJ por Paulo César Gomes. 


O livro saiu há um mês pela Multifoco, que produz por encomenda, esgotou seus 200 exemplares em poucos dias e, agora, só voltará a ser lançado em abril de 2014, ampliado e com encarte de fotos.


Será um de vários títulos que editoras nacionais preparam por ocasião do cinquentenário do Golpe de 1964.



sábado, 21 de setembro de 2013

Flica 2013


A Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) não contará com a presença do romancista e dramaturgo Edney Silvestre. Diante de compromissos profissionais, o também jornalista desmarcou a sua passagem pelo evento que acontece na cidade do Recôncavo Baiano entre os dias 23 e 27 de outubro. 

Laurentino Gomes

No entanto, outros nomes já confirmaram presença no evento como Laurentino Gomes, Regina Echeverria, Sérgio Rodrigues, Kieras Cass e Syvia Day. Esta é a terceira edição da Flica. A festa será gratuita e terá shows musicais, praça de alimentação e pela primeira vez uma programação voltada para o público infantil.
 



A festa será totalmente gratuita e terá ainda shows musicais, praça de alimentação e pela primeira vez uma programação totalmente voltada para o público infantil. Assim como em 2012, um auditório climatizado com capacidade para 300 pessoas será montado no Claustro do Conjunto do Carmo, na Praça da Aclamação. 


Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica 2013
Local: Conjunto do Carmo – Cachoeira
Data: 23 a 27 de outubro (quarta a domingo)
Realização: CALI - Cachoeira Literária e Icontent/Rede Bahia
EVENTO GRATUITO