Acervo contém material
relacionado a todas as suas obras importantes, incluindo o manuscrito final de
'Cem Anos de Solidão' (1967)
A Universidade do Texas, nos Estados
Unidos, adquiriu o arquivo pessoal do Nobel de Literatura Gabriel García
Márquez, morto em abril. O acervo contém manuscritos, notas, fotos e
cartas. O arquivo do autor colombiano passará a fazer parte da
coleção do Centro Harry Ransom, junto a objetos do argentino Jorge Luis
Borges, do irlandês James Joyce, e dos americanos Ernest Hemingway e
William Faulkner.
O arquivo, comprado da família do
escritor por um valor não revelado, contém material relacionado a todas as suas
obras importantes, incluindo o manuscrito final de Cem
Anos de Solidão (1967)
e uma cópia de Em Agosto
Nos Vemos, sua obra
inacabada que foi publicada parcialmente pela revista americana The
New Yorker e pelo
jornal espanhol La
Vanguardia. O acervo
inclui ainda 2.000 cartas que o autor colombiano trocou com os escritores
Graham Greene, Milan Kundera, Julio Cortázar, Günter Grass e Carlos Fuentes
e 40 álbuns de fotos.
"É muito apropriado que seja uma das
nossas coleções. É difícil pensar em um romancista que tenha tido tão amplo
impacto", disse o diretor do Centro Harry Ransom, Stephen
Enniss, ao jornal The New York Times.
O anúncio da venda do arquivo à
instituição americana despertou as primeiras reações na Colômbia.
A ministra de Cultura, Mariana Garcés, lamentou que os documentos não
ficassem na Colômbia. Gonzalo García Barcha, um dos filhos do escritor,
explicou à emissora Blu
Radio que o
governo colombiano nunca fez oferta e, por isso, a família decidiu enviar os
arquivos à universidade. "Nós queríamos que ele estivesse em boa
companhia", afirmou Barcha, ao argumentar que na instituição há coleções
semelhantes.