sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Editor que lançou 'Graça infinita', de David Foster Wallace, dá detalhes sobre o livro


Em 1994, quando o editor americano Michael Pietsch terminou de ler pela segunda vez as mais de 1.600 páginas do manuscrito de “Graça infinita”, enviou uma carta entusiasmada ao autor, David Foster Wallace. “Esse é exatamente o tipo de desafio e aventura que eu buscava quando me tornei editor”, escreveu. Mas pediu para o autor enxugar o texto. A obra foi lançada dois anos depois com pouco mais de mil páginas. Em entrevista ao GLOBO por e-mail, Pietsch, atual CEO do grupo Hachette, fala sobre sua amizade com Wallace, descreve a “aventura” de editar “Graça infitina” e comenta a delicada tarefa de lançar o romance póstumo “The pale king”, que o autor deixou inacabado ao se matar, em 2008 (que a Companhia das Letras lança em 2015).

“Graça infinita” é o grande romance americano de fins do século XX, o livro com o qual você tem que lidar para entender as correntes mais profundas da vida no país naquele momento: autoconsciência, prosperidade, infelicidade, complexidade, a busca por um sentido. David mostrou que era possível criar ficção ambiciosa e desafiadora sobre os grandes temas - e encontrar um público para ela. O livro ainda é muito lido, sobretudo por jovens. Vejo sua influência em toda parte, em romances sagazes que usam campos de conhecimento muito específicos para abrir questões mais amplas, romances que mesclam humor e tristeza. Não vejo seu gosto pela experimentação formal em muitos lugares, mas pode ser que haja uma influência maior do que eu saiba.

Fonte: O Globo (matéria completa aqui)

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