Uma
verdade sobre a música é universal: as mulheres são grandes inspirações para
canções. E quem de nós nunca quis conhecer as almas femininas que inspiraram
artistas? Por exemplo, Lígia, aquela de olhos castanhos que metiam mais medo
que um dia de sol, era professora primária e, na verdade, nunca andou com Tom
Jobim pela praia até o Leblon. No máximo, aceitou uma carona em seu fusca azul.
E
a espanhola, da famosa música de Guarabyra e Flávio Venturini? A canção foi
inspirada em uma jovem que vendia ácido no trânsito, nos anos 70. E quando o
músico Ivan Lins evoca Madalena, sua musa mais célebre, está na verdade se
referindo a uma pessoa chamada Vera Regina.
Todas
essas músicas e algumas outras têm agora as suas histórias desvendadas por
Rosane Queiroz, jornalista apaixonada por música, que também se dedica ao piano
e ao canto. Rosane se dedicou durante uma década investigando as histórias por
trás das canções que têm como título um nome de mulher ou uma expressão que
remeta à figura feminina. Desse trabalho nasceu 'Musas e músicas: a mulher por
trás da canção'. O livro é o primeiro dedicado aos mistérios e as tramas que
envolvem as amadas e amantes citadas no cancioneiro nacional.
No
livro, estão as musas clássicas das paixões avassaladoras, dos corações
partidos e dos romances proibidos que dominavam as composições do passado. Mas
também tem espaço para as amadas contemporâneas, como a descolada Anna Júlia,
do hit da banda Los Hermanos. De acordo com o livro, inclusive, a moça
esclarece que o ar blasé com que a descrevem era, na verdade, apenas timidez.
Algumas
histórias são surpreendentes, como por exemplo é o caso de 'Pérola Negra', de
Luiz Melodia, escrita para a amada que relutava em abandonar o namorado
oficial. E há ainda aquelas amparadas em momentos de pura fugacidade, como
Dora, que Dorival Caymmi criou ao se encantar por uma passista de frevo,
anônima, que avistou da janela de um hotel.
Segundo
livro de Rosane, 'Musas e músicas' faz uma visita aos bastidores e aos
diferentes estilos e períodos da música brasileira. O livro passeia pela boemia
cheia de romantismo da bossa nova, a exuberância dos tropicalistas, o
imaginário de excessos e misturas dos anos 80.
Fonte: iBahia
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