Na
ficção, o ano teve bons lançamentos de autores brasileiros, como Evandro
Affonso Ferreira e Elvira Vigna, o retorno do tcheco Milan Kundera e a primeira
edição nacional de um clássico do russo Vassili Grossman. Veja os dez melhores
livros de ficção do ano (e
mais abaixo, os cinco melhores de não ficção):
‘De repente, uma batida
na porta’, de Etgar Keret (Rocco): Um dos principais nomes da atual literatura israelense e
destaque da Flip deste ano, o contista Etgar Keret teve um livro publicado no
Brasil pela primeira vez, em tradução de Nancy Rozenchan. A inventividade e o
humor nonsense do escritor brilham em 38 histórias, como a que imagina uma
terra habitada pelas mentiras que os homens contam ou a que narra o destino
insólito de um homem que, segundos antes de morrer, pede a um anjo a paz
mundial.
‘A festa da
insignificância’, de Milan Kundera (Companhia das Letras): Depois de mais de 10 anos sem publicar, o tcheco Milan
Kundera voltou à ficção com um romance sobre quatro velhos amigos parisienses
em busca de um sentido para suas vidas. Traduzido por Teresa Bulhões Carvalho
da Fonseca, o novo livro do autor de “A insustentável leveza do ser” retrata a
insignificância como “a essência da existência”. E não deixa de falar de
política, com alusões frequentes a Stalin e à história recente da Europa.
‘Graça infinita’, de
David Foster Wallace (Companhia das Letras): Brasil em tradução de Caetano
W. Galindo quase 20 anos depois de lançado nos EUA, é uma das mais ambiciosas
obras de ficção das últimas décadas, tanto pela extensão (mais de 1.100
páginas) quanto pela complexidade. É também uma reflexão comovente sobre o vício,
o individualismo e a obsessão pelo entretenimento, com uma prosa extravagante e
bem-humorada.
‘Os luminares’, de
Eleanor Catton (Biblioteca Azul): Por este livro de 888 páginas, a
neozelandesa, presente na Flip deste ano, tornou-se a mais jovem ganhadora do
Booker Prize, em 2013, aos 28 anos. Ambientado na Nova Zelândia do século XIX,
em meio à corrida do ouro no país, o romance de tintas vitorianas, traduzido
por Fabio Bonillo, tem uma arquitetura complexa inspirada pela astrologia: são
12 capítulos precedidos por mapas astrais que refletem o curso das vidas de
seus 12 protagonistas.
‘Paradiso’, de José
Lezama Lima (Edições da Estação Liberdade e da Martins Fontes): Depois de
uma disputa judicial pelos direitos de publicação no país, a obra-prima do cubano
Lezama Lima ganhou duas traduções no Brasil: uma pela Estação Liberdade, a
cargo de Josely Vianna Baptista, e outra pela editora Martins Fontes, de Olga
Savary. Lançado em 1966, o romance acompanha os anos de formação do poeta Cemí,
descritos com uma uma linguagem radical que fez dele um clássico do século XX.
Fonte: O Globo (matéria completa aqui)
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