Mistério,
romance, história: Scliar escreveu sobre tantos temas que é difícil saber por
onde começar a ler. Por isso, separamos 10 obras para curtir o autor
São tantas obras de Moacyr Scliar que nem contando nos dedos
do pé e nos da mão você tem o número certo. Mais as crônicas, os ensaios e os
livros que, por autocrítica, ele decidiu não incluir em suas antologias.
E é
natural que se fique um pouco intimidado pela extensa bibliografia do mais
ilustre habitante da história do Bom Fim e não se saiba por onde começar as
leituras. Por isso, separamos 10 obras para você saber por onde começar a
desvendar o universo múltiplo de Scliar, dos contos aos romances históricos de
fôlego.
Se você quer
conhecer... o Scliar contista:
O Carnaval dos
Animais (1968)
Os contos usam como ponto de partida sugestões provenientes do cotidiano e
próximas das vivências do escritor e do leitor. O cenário da maioria das
histórias é Porto Alegre, e as características conhecidas do espaço conferem
natureza verista às narrativas.
Se você quer
conhecer... o Scliar romancista
A Guerra no
Bom Fim (1972)
O livro é narrado por Joel, que relembra os tempos de
menino quando vivia com a família, judia, na Porto Alegre dos anos 1940... em
pleno Bom Fim. É um relato da angústia de uma família de imigrantes
judeus – a adaptação a uma realidade e a uma sociedade que não são suas.
A mulher
que escreveu a Bíblia
O título é bastante explicativo: a história é um relato
fictício sobre uma mulher anônima que, há 3 mil anos, tornou-se autora da
primeira versão da Bíblia. Narrativa maliciosa que alterna a dicção bíblica com
o baixo calão.
Ajudada por um ex-historiador que se converteu em
"terapeuta de vidas passadas", uma mulher descobre que, no século x
a. C., foi uma das setecentas esposas do rei Salomão - a mais feia de todas,
mas a única capaz de ler e escrever. Encantado com essa habilidade inusitada, o
soberano a encarrega de escrever a história da humanidade - e, em particular, a
do povo judeu -, tarefa a que uma junta de escribas se dedica há anos sem
sucesso.
O Centauro no
Jardim
No interior do Rio Grande do Sul, na pacata família
Tratskovsky, nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Seu nome é
Guedali, quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos. A partir desse
evento fantástico, Scliar constrói um romance que se situa entre a fábula
e o realismo, evidenciando a dualidade da vida em sociedade, em que é preciso
harmonizar individualismo e coletividade.
Os Vendilhões
do Templo
A expulsão dos vendilhões do Templo de Jerusalém —
relatada em poucas linhas do Evangelho de São Mateus — é o ponto de partida
para uma narrativa original, que se desdobra em três épocas: 33 d.C., 1635 e os
nossos tempos.
As três histórias se entrelaçam e se iluminam umas às
outras, desdobrando de maneira inesperada o núcleo temático do episódio
bíblico, com diversas possibilidades cômicas e dramáticas e focalizando suas implicações
morais. A exemplo do que fez no premiado A mulher que escreveu a Bíblia, Scliar
parte da narrativa bíblica para traçar um painel muito pessoal e bem-humorado
dos dilemas de nosso tempo.
Se você quer
conhecer... o Scliar médico
Sonhos
Tropicais
Romance sobre Oswaldo Cruz, responsável pela introdução
no Brasil do controle científico das epidemias e protagonista da Revolta da
Vacina. Um diagnóstico preciso de uma sociedade que, travada pela miséria e
pelo atraso, abre-se com relutância para a modernidade.
Se você quer
conhecer... o Scliar autor infanto-juvenil
Pra você eu
conto
Em Pra você
eu conto, Juca conta a seu neto a emocionante história de sua
primeira paixão: Marta, uma professora que luta contra a repressão e contra os
nazistas do Rio Grande do Sul.
Max e os
Felinos
O alemão Max, um garoto sensível, cresceu sob a
severidade de seu pai que sempre lhe incutiu medos e inseguranças. Envolve-se,
mais tarde com Frida, esposa de um militar Nazista, o que faz que tenha que
abandonar o país. Em meio a viagem de barco, é obrigado, graças a um naufrágio,
a dividir o pequeno espaço de um barco com um imenso Jaguar, um felino que
sempre lhe aterrorizou.
O livro tornou-se conhecido após o autor, Moacyr Scliar,
comentar em um jornal que o Best Seller A vida de Pi seria parcialmente um
plágio de seu livro Max e os Felinos.
Se você quer
conhecer... o Scliar cronista
Território das
Emoções
Coletânea póstuma de crônicas da Companhia das
Letras, publica uma grande amostra dos 30 anos de colaboração de Scliar com
Zero Hora.
Se você quer
conhecer... o Scliar
O Texto, ou: A
vida
Obra que mistura autobiografia com antologia, apresenta
textos raros, alguns escritos ainda na adolescência de Scliar.
Fonte: Zero Hora