Obras do autor, morto em abril, ganharam novas tiragens
Lançado há quase meio século, Cem Anos de Solidão foi o segundo livro mais vendido da
semana no México – perdendo apenas para Paulo Coelho com Adultério. A
presença da obra na lista é, ainda, reflexo da morte
de Gabriel García Márquez, em
abril, na Cidade do México, onde ele vivia, e o fenômeno foi sentido também no
Brasil.
Tão logo ficou sabendo que o Nobel havia morrido e os pedidos das livrarias começaram a chegar, o Grupo Record, que trabalhava na reedição de toda a obra dele com novo projeto gráfico, correu para imprimir novas tiragens dos títulos de ficcional do autor. Cem Anos de Solidão, o livro de García Márquez mais vendido no Brasil – foram 470 mil exemplares ao longo da história -, ganhou, de cara, mais 10 mil exemplares ainda em abril. Em julho, 8 mil cópias da edição com a nova capa foram distribuídas país afora.
As reimpressões dos demais títulos foram menores, mas ainda assim expressivas – entre três e cinco mil exemplares. A procura nas livrarias antecipou para maio a reedição de três obras previstas para julho: Olhos do Cão Azul, O Outono do Patriarca e A Revoada.
Na área de não ficção, ganharam novas tiragens Viver Para Contar (cinco mil) eNotícias de Um Sequestro (três mil). A editora promete, ainda
para 2014 e também com novo projeto, Os Funerais da Mamãe Grande.
Entre seus livros adotados em escolas estão Contos Peregrinos, Crônicas de Uma Morte Anunciada, A Luz é Como a Água e Um Senhor Muito Velho.
A notícia mais aguardada do ano pelos leitores do escritor colombiano, no entanto, é a da edição do romance inédito En Agosto Nos Vemos. Mas ainda não há novidades com relação a isso. Os editores dizem que a decisão está nas mãos da família de Gabo, que ainda não se pronunciou sobre a questão.
Claudio López Lamadrid, um dos editores do autor, chegou a dizer, em entrevista, que García Márquez deixou 85% da obra pronta e que o final está muito em aberto, por isso deve ser tratada como inacabada. O romance tem como personagem uma mulher de 53 anos chamada María Magdalena. Todos os anos, sempre no dia 16 de agosto, ela volta ao lugar onde sua mãe está enterrada. Numa dessas viagens, acaba se envolvendo com um homem que estava hospedado no mesmo hotel que ela. Esta parte da história pode ser lida na internet, em espanhol.
Prêmio
Para o homenagear o escritor e estimular a
produção de contos, o Ministério da Cultura da Colômbia, com o apoio do
Instituto Cervantes, lançou, depois da morte de Gabo, o Prêmio
Hispano-americano do Conto. Nesta primeira edição, foram inscritos 125 livros
de autores de 17 países. A Colômbia lidera a lista, com 25 inscrições, e é
seguida pela Argentina e Espanha, com 23 concorrentes cada um, Peru, com 15,
México, com 11. Participam, ainda, escritores dos Estados Unidos, Austrália,
Chile, Equador, Venezuela, Uruguai, entre outros. Puderam se inscrever autores
com livros de contos lançados em espanhol em 2013. Os cinco finalistas serão
conhecidos em outubro e o vencedor será anunciado no final de novembro. O
prêmio vale US$ 100 mil.
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