A exposição Conversas de Graciliano Ramos, aberta ao público na terça-feira no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, permaneceu fechada nesta sexta-feira, após o furto de uma caneta que pertenceu ao escritor alagoano. O incidente aconteceu entre terça e quarta-feira. Um boletim de ocorrência foi registrado pela curadoria, na 78ª Delegacia de Polícia, que atende a região. Uma vitrine de acrílico será instalada sobre a mesa que exibe alguns objetos do escritor, como as canetas tinteiro, uma máquina de escrever, documentos originais, uma primeira edição de Sagarana, autografada por Guimarães Rosa para Graciliano e a carta do alagoano (nunca enviada) a Getúlio Vargas.
"A
caneta compõe o acervo do Museu Casa Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios
(AL), e não possui nenhum valor comercial, sequer funciona", diz o diretor
executivo do MIS, André Sturm, em nota. "Ela é um patrimônio do Brasil e
fazemos um apelo para que a pessoa que esteja com ela a devolva para o
MIS". À reportagem, Sturm disse que um monitor do MIS ficará circulando na
exposição para garantir a integridade dos objetos.
De
acordo com ele, a decisão sobre o fechamento da exposição durante o fim de
semana será tomada nesta sexta. Na segunda-feira, acontece um coquetel de
lançamento do livro Conversas (editora Record),
organizado por Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla, no qual a exposição é
baseada.
"Provavelmente,
a pessoa que pegou essa caneta nem sabe o valor que ela possui, exclusivamente
sentimental e histórico, nada comercial", afirmou o diretor do setor de
conservação e divulgação do Museu Casa Graciliano Ramos, João Tenório Pereira.
"Não é feita de nenhum material nobre, é uma caneta comum."
Na
terça-feira, turmas de algumas escolas visitaram a mostra. O fluxo de pessoas
no Museu tem estado muito acima da média por causa da exposição sobre o Castelo
Rá-Tim-Bum. A mostra multimídia de Graciliano Ramos fica numa sala à direita de
quem entra na fila para o Castelo. Com curadoria de Selma Caetano, a mostra
reúne, além dos objetos do escritor, fotografias, vídeos e um painel interativo
com depoimentos sobre a obra de Graciliano, por Luiz Costa Lima, Marcelino
Freire, Luiz Ruffato e outros. A entrada é gratuita.
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