"Liberdade, liberdade, abre as asas
sobre nós, e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz...", cantou a
Imperatriz Leopoldinense em 1989, levando o caneco daquele carnaval. Para quem
não se lembra, o refrão-libelo dos compositores Niltinho Tristeza, Preto Joia,
Vicentinho e Jurandir, um clássico de qualquer roda de samba, celebrava a
República, então uma vetusta senhora comemorando cem anos.
E foi a partir dela, a República - hoje
um pouco mais rejuvenescida e buliçosa, às vésperas de mais uma eleição
presidencial -, que o historiador André Diniz e o pesquisador de música
brasileira Diogo Cunha deram início a um levantamento do tamanho de uma Marquês
de Sapucaí em domingo de carnaval: a lista das canções brasileiras que contam a
história política do país.
Da queda da monarquia ao governo Dilma,
os dois chegaram a 200 músicas, cujas histórias, esmiuçadas, compõem o livro
que acaba de ser lançado pela Zahar "A República cantada: do choro ao
funk, a história do Brasil através da música".
- A pesquisa começou há quase dez anos, era um Frankenstein, muito grande. São cem anos de música e de história do Brasil - relata Diniz, que abandonou a ideia na gaveta e nesse meio-tempo lançou o "Almanaque do carnaval", o "Almanaque do choro", o "Almanaque do samba" e as biografias "Joaquim Callado, o pai do choro" e "O Rio musical de Anacleto de Medeiros". - O grande barato foi compreender que a música brasileira não é só boa para ouvir, ela é boa para conhecer a história do país, para entender os muitos países que existem dentro do Brasil. O livro recupera a história política, quando o mais comum é recuperar a história cultural. Não foi simples. Nosso corte foram os acontecimentos políticos mais importantes desse período entre 1889 e 2014. Tanto é que nós citamos todos os presidentes. Todos foram cantados.
Fonte: O Globo (matéria completa aqui!)
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