segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Evandro Affonso Ferreira fecha sua 'trilogia do desespero' com lirismo e humor


No café da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, onde invariavelmente passa as tardes escrevendo e conversando com amigos, Evandro Affonso Ferreira descreve-se como “um autor de 47 leitores”. A autodefinição do escritor mineiro de 69 anos é contrariada pela tiragem e vendagem de seus livros, acima da média para autores brasileiros contemporâneos. A primeira edição de seu novo romance, “Os piores dias de minha vida foram todos”, obra que encerra a sua “trilogia do desespero”, acaba de ser lançada pela Record com uma tiragem de 5 mil exemplares, num momento em que a tiragem inicial média de livros de literatura brasileira contemporânea é de 3 mil exemplares.

Outro indício de que o escritor radicado em São Paulo há 61 anos tem mais do que 47 leitores é seu novo contrato com a Record, que prevê o relançamento em volume único, com fortuna crítica, de seus primeiros livros — “Araã!” (2002), “Erefuê” (2004), “Zaratempô!” (2005) e “Catrâmbias!”(2006) — no segundo semestre de 2015, além da publicação de um romance inédito em 2016.

Premiado em 2011 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por “Minha mãe se matou sem dizer adeus”, primeiro livro da “trilogia do desespero”, e vencedor do Jabuti de melhor romance em 2011 com “O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam”, o segundo da trilogia, Evandro prefere alimentar o mito de que escreve para poucos e bons leitores.


Fonte: O Globo (notícia completa aqui)

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