No café da Livraria
Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, onde invariavelmente passa as
tardes escrevendo e conversando com amigos, Evandro Affonso Ferreira
descreve-se como “um autor de 47 leitores”. A autodefinição do escritor mineiro
de 69 anos é contrariada pela tiragem e vendagem de seus livros, acima da média
para autores brasileiros contemporâneos. A primeira edição de seu novo romance,
“Os piores dias de minha vida foram todos”, obra que encerra a sua “trilogia do
desespero”, acaba de ser lançada pela Record com uma tiragem de 5 mil
exemplares, num momento em que a tiragem inicial média de livros de literatura
brasileira contemporânea é de 3 mil exemplares.
Outro indício de que o
escritor radicado em São Paulo há 61 anos tem mais do que 47 leitores é seu
novo contrato com a Record, que prevê o relançamento em volume único, com
fortuna crítica, de seus primeiros livros — “Araã!” (2002), “Erefuê” (2004),
“Zaratempô!” (2005) e “Catrâmbias!”(2006) — no segundo semestre de 2015, além
da publicação de um romance inédito em 2016.
Premiado em 2011 pela
Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por “Minha mãe se matou sem
dizer adeus”, primeiro livro da “trilogia do desespero”, e vencedor do Jabuti
de melhor romance em 2011 com “O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo
de Rotterdam”, o segundo da trilogia, Evandro prefere alimentar o mito de que
escreve para poucos e bons leitores.
Fonte: O Globo (notícia
completa aqui)
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