O ambulatório de um hospital para
tratamento quimioterápico não é certamente o melhor lugar para se escrever um
livro, mas foi lá que o escritor norte-americano Will Schwalbe concebeu O Clube
do Livro do Fim da Vida, best-seller que, no ano passado, liderou por semanas a
lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.
Lançado
agora no Brasil pela editora Objetiva, nele Schwalbe relata as conversas que
teve com a mãe na sala de espera do Memorial Sloan-Kettering, em Nova York, um
edifício preto na esquina da rua 53 com a Terceira Avenida cuja arquitetura já
deprime por sua frieza de aço e vidro. Lá dentro, porém, Schwalbe e sua mãe
Mary Anne, que ficou conhecida por ajudar refugiados de todo o mundo,
esquentavam o ambiente com calorosas conversas sobre literatura.
Na antessala das sessões de
quimioterapia, mesmo debilitada, ela não falava sobre sua doença, mas daquilo
que mais gostava: literatura. Schwalbe até evitava perguntar o que estava
lendo, pois, para sua frustração, Mary Anne já começava contando o fim da história.
Para um escritor e também editor de
livros, isso era duplamente decepcionante, mas o incontido entusiasmo da mãe
tinha uma razão: a doença avançava rapidamente e ela queria transmitir a
Schwalbe sua experiência pessoal de ler em estado de emergência. Foram dois
anos de luta contra o câncer pancreático, até a morte de Mary Anne, aos 75
anos, em 2009.
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