Em
1969, ainda como executivo da Paramount, o veterano produtor de Hollywood Bob
Rehme estava encarregado de promover o filme “Bravura indômita” (True grit) – o primeiro, que valeu o Oscar a John Wayne.
Ocorre
que a Paramount havia comprado os direitos do livro homônimo, de autoria de
Charles Portis antes mesmo de sua publicação. Apostava num sucesso de vendas,
sobre o qual erguera toda a estratégia comercial do filme: “baseado no
best-seller” era uma frase fundamental nos cartazes. Mas, embora o livro
tivesse colhido boas resenhas, o aguardado sucesso se recusava a vir. E agora?
Fácil:
aproveitando-se do fato significativo de que uma pequena fração da verba
promocional à sua disposição era suficiente para comprar milhares de exemplares
de qualquer livro do mundo, o indômito Bob Rehme mandou fazer exatamente isso.
Não sem antes, competente, levantar a relação das livrarias que o “New York
Times” monitorava para apurar sua prestigiosa lista de mais vendidos. O resto é
história.
Nunca um lugar no alto do rol de best-sellers foi tão garantido. O que é um golpe de marketing e tanto, mas, pensando bem, de uma simplicidade tão desconcertante que admira não ter sido empregado muitas outras vezes – inclusive no Brasil, onde o preço do ingresso nesse Olimpo é bem mais baixo.
Mas,
pensando um pouco mais, quem disse que não foi?
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