Por
que perdemos o bom senso ao entrar numa livraria?
Há quem
acredite que ler livros é um sinal de inteligência. Discordo. A convivência
diária comigo mesmo e as conversas com outros leitores me mostraram que somos
tão atrapalhados, distraídos e imperfeitos quanto os não-leitores. Lemos não
por superioridade nata, mas pelo desejo ingênuo (ou inconsciente) de tentar
mitigar nossas falhas intelectuais. É um esforço divertido, mas de eficiência
duvidosa. Sou uma prova viva disso. Já usei esta coluna para dizer as maiores
obviedades, me contradizer e espalhar inúmeras bobagens. Errei as grafias de
títulos de livros e nomes de autores. Chamei Franz Kafka de alemão – o coitado
nasceu em Praga. Esqueci os créditos de tradução de um livro e tive de me
desculpar, na caixa de comentários, com a própria tradutora. Graças à infinita
tolerância da internet aos erros, essas bobagens foram corrigidas. Algumas
desapareceram rapidamente; outras, vergonhosamente tarde. Que venham as
próximas.
Para
quem ainda acredita que nós, leitores, merecemos crédito por nossa
inteligência, Manual prático de bons modos
em livrarias é a prova definitiva do contrário. O livro é uma
coletânea de textos publicados no blog homônimo, criado em 2011. Sua autora, a
livreira Lilian Dorea, coleciona histórias engraçadas do cotidiano nas
livrarias e relatos de conversas insólitas com fregueses. O resultado é um
retrato bem-humorado de nossos piores momentos dentro de uma livraria, registrados
por quem tem a paciência infinita necessária para nos atender. Depois de ler os
relatos reunidos no livro, não me restaram dúvidas. A literatura é
infinitamente vasta, mas nossa ignorância é ainda maior.
Por Danilo Venticinque
Confira o texto completo aqui!
Já disse por aqui e adoro a coluna do Danilo né? Adorei o post!
ResponderExcluirBjs, Isabela.
www.universodosleitores.com
Valeu, Isabela ;)
ExcluirAdorei o post!
ResponderExcluirSuper verdade, somos tão atrapalhados, distraídos e imperfeitos! Haha :D
Beijos!