segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Biografia aborda grandezas e contradições de Kardec


Numa obra independente, longe da submissão a consultas, o jornalista Marcel Souto Maior prezou a neutralidade, na elaboração de Kardec: a biografia. “Entro na pele do biografado e, em seguida, saio dela. Uso poucos adjetivos e emito o mínimo de juízo de valor. Termino um capítulo com um ‘não tenho dúvidas de que os espíritos atuam, influenciam; mas você termina o outro, e diz: ‘não acredito mais em nada: pronto, parei de acreditar’”, ressalta.


Textos da Revista Espírita forneceram poderosos traços: “Tive a voz dele, muito clara”. Fato incontestável, na mecânica de trabalho de Souto Maior — que seguiu os marcos da linha da vida de Kardec, dispostos em esquema à frente da escrivaninha — esteve no sentimento de perpetuação: 144 anos após a morte, só no Brasil, 15 mil centros espíritas propagam preceitos do homem nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail.


Continuo não espírita. Brincam comigo que continuo duro na queda. Admiro mesmo, e sem reservas, o espiritismo da solidariedade. O ato do trabalho social em favor do outro. Ele mobiliza milhões de pessoas. Cada centro é um polo de estudo e de caridade”, observa Souto Maior. “Sujeito à fraude, autos-sugestão e ilusão”, o fenômeno espírita é digno da preocupação do escritor. “Nesse terreno, entro com minhas antenas de jornalista muito ligadas. O que é verdade? O que a ciência não explica? Digo, aliás, que minha fé não é consolidada: ela é cheia de altos e baixos”, conta o jornalista.



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