Numa obra independente, longe da
submissão a consultas, o jornalista Marcel Souto Maior prezou a neutralidade,
na elaboração de Kardec: a biografia. “Entro na pele
do biografado e, em seguida, saio dela. Uso poucos adjetivos e emito o mínimo
de juízo de valor. Termino um capítulo com um ‘não tenho dúvidas de que os
espíritos atuam, influenciam; mas você termina o outro, e diz: ‘não acredito
mais em nada: pronto, parei de acreditar’”, ressalta.
Textos da Revista Espírita forneceram
poderosos traços: “Tive a voz dele, muito clara”. Fato incontestável, na
mecânica de trabalho de Souto Maior — que seguiu os marcos da linha da vida de
Kardec, dispostos em esquema à frente da escrivaninha — esteve no sentimento de
perpetuação: 144 anos após a morte, só no Brasil, 15 mil centros espíritas propagam preceitos do homem
nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail.
“Continuo não espírita. Brincam comigo que
continuo duro na queda. Admiro mesmo, e sem reservas, o espiritismo da
solidariedade. O ato do trabalho social em favor do outro. Ele mobiliza milhões
de pessoas. Cada centro é um polo de estudo e de caridade”, observa Souto
Maior. “Sujeito à fraude, autos-sugestão e ilusão”, o fenômeno espírita é digno
da preocupação do escritor. “Nesse terreno, entro com minhas antenas de
jornalista muito ligadas. O que é verdade? O que a ciência não explica? Digo,
aliás, que minha fé não é consolidada: ela é cheia de altos e baixos”, conta o
jornalista.
Excelente a proposta do livro!
ResponderExcluirBjs, Isabela.
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