Nos 57 anos em que viveu num chalé em uma
cidade de 1.800 habitantes no norte dos EUA, J.D. Salinger (1919-2010)
conseguiu feitos dignos de um candidato a ermitão-mor da literatura
contemporânea.
O autor de "O Apanhador no Campo de
Centeio" (1951) barrou na Justiça a primeira biografia a seu respeito,
impediu a divulgação de cartas enviadas a amigos, bloqueou edições piratas de
sua obra.
Bastaram três anos de sua morte para que
aparecessem duas biografias, um filme, três exposições de cartas e três contos
que ele não queria ver publicados tão cedo.
Se em vida Salinger enfrentou baques na
luta contra o uso de sua imagem (inclusive pelas memórias da filha e de uma
ex-namorada), um forte revés póstumo veio com a biografia "Salinger",
de David Shields e Shane Salerno, que sai agora pela Intrínseca.
Lançado em setembro nos EUA, junto com
documentário homônimo dirigido por Salerno (no Brasil, estreia em fevereiro), o
livro foi atacado por boa parte da crítica pela devassa na vida do autor.
É um prato cheio para quem esperava
notícias sobre os anos em que ele se isolou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário