O
escritor inglês Will Self argumenta que a Apple, mais do que comercializar
equipamentos eletrônicos, aspira a uma estética transcendental, articulação
entre os desejos de seus designers e os dos consumidores. Self
"conclui": os produtos da companhia são a única interface de que
necessitamos com o mundo global.
O jornalista e biógrafo
Leander Kahney faz Jony Ive parece um oráculo, ao usar as palavras deste como
epígrafe do capítulo sobre o iPhone de seu recém-lançado livro sobre o mago da
Apple: "Nesses primeiros estágios de design (...) sempre conversamos sobre
a história do produto -falamos de percepção. Falamos daquilo que você sente
sobre o produto, não num sentido físico, mas perceptivo".
Ao longo de toda a
biografia que escreveu sobre o responsável há duas décadas pelo design da
Apple, Kahney toca várias vezes
na noção formulada por Ive da "narrativa" de um produto, e essa
formulação nos leva perto do metafísico, sugerindo, talvez, que iMacs,
PowerBooks, iPods e iPads concebidos pelo designer britânico devam ser
considerados não como meros fenômenos, mas como verdadeiros números.
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