Há
pelo menos três anos a australiana de 36 anos que afirma já ter dormido com 10
mil homens diz estar sem sexo. Gwyneth Montenegro está lançando o livro
“10.000 Men and Counting” ("10 mil homens e ainda
contando", na tradução livre) no qual relata sua experiência de 12 anos
trabalhando como garota de programa de luxo, sua dependência de drogas e álcool
e o abandono.
Em entrevista ao site PAGE NOT FOUND, antes de iniciar um tour pelos Estados
Unidos e pela Europa para lançamento do livro, Gwyneth conta como enfrentou o
bullying na adolescência e ingressou na carreira da prostituição, superou um estupro coletivo, a
morte do pai e como se tornou uma piloto comercial, oradora motivacional,
consultora especializada em programação neurolinguística e empresária.
PAGE
NOT FOUND: Quando você teve a ideia de escrever um livro
sobre sua história?
GWYNETH MONTENEGRO: Decidi escrever esse livro há uns três anos, foi um trabalho muito introspectivo porque resgatei todos os sentimentos e segredos que vinha guardando durante muito tempo. Escrevi todo o livro em oito meses, me dedicando em tempo integral para isso. Foi uma experiência catártica, eu mergulhei nas minhas emoções e deixei as coisas fluírem. Esse processo foi realmente poderoso e me deu mais confiança em mim mesma.
PNF: Como você se tornou uma acompanhante de luxo?
GWYNETH: Eu já tinha a experiência com a dança nas boates e isso me ajudou muito. Depois que você vende o seu corpo uma vez você pode vender outras 500 que vai ser da mesma forma. É claro que beber e usar drogas fazia parte daquele mundo e eu me lembro de me embriagar para fugir da minha realidade. Eu me lembro que um dos clientes mais frequentes sempre usava cocaína e eu acabei indo na mesma onda.
PNF: Você foi vítima de um estupro coletivo. Como foi isso?
GWYNETH: Eu fui estuprada depois de ser abandonada pelos meus amigos em uma boate. Alguém colocou alguma droga na minha bebida e foi quando tudo aconteceu. Eu não tinha muita consciência do que estava acontecendo, mas não conseguia fazer nada para impedir. Foi uma experiência terrível porque eu cresci em uma família cristã, minha primeira relação sexual foi teoricamente tarde para os dias de hoje, eu tinha 17 anos. O estupro coletivo ocorreu quando eu tinha acabado de fazer 18. Foi uma experiência realmente apavorante pra mim. Eu já tinha sofrido muito bullying na escola, era o “patinho feio”, alta demais, inocente e tímida. Daí, quando os meus amigos me deixaram sozinha naquela boate e eu acabei sendo estuprada. Perdi todo a confiança na raça humana. Reviver tudo isso para escrever o livro foi muito doloroso, mas, ao mesmo tempo, foi um resgate do que eu sou e do que eu me tornei.
PNF: Quando você decidiu parar?
GWYNETH: Teve um momento no qual eu trabalhava para a agência de veículos Broco e também para uma agência de acompanhantes de luxo. Eu tinha uns 24 anos e estava realmente viciada em drogas. Um dia estava bem chapada e sofri um acidente de carro horrível. Quase morri. Sério, eu encarei a morte e esse foi o estopim para parar com a vida que eu levava. Foi como uma advertência para me mostrar o quanto a vida é curta. Esse acidente foi uma experiência tão apavorante que eu acabei contando para os meus pais tudo o que eu vinha fazendo, quando eles me visitaram no hospital. Foi muito doloroso pra mim e para eles, porque eles sempre foram muito católicos, mas não me nunca julgaram. Após o acidente criei um medo tremendo para dirigir carros, mas, por outro lado, resolvi estudar para pilotar aviões. Então, seis meses depois do acidente eu tirei a minha carteira de aviação. Eu estava apaixonada por voar, até que tive um sério problema de saúde e tive que retirar o rim. Com isso, perdi o meu certificado para pilotar aviões por uma questão médica e de segurança com os passageiros. Isso me devastou e eu voltei a trabalhar como acompanhante.
PNF: Como foi esse retorno?
GWYNETH: Eu estava com 30 e poucos e pensei: "Se eu for voltar para essa vida vai ser para fazer meu pé de meia". Então eu comecei a trabalhar e guardar e investir meu dinheiro. Hoje eu tenho uma propriedade e há três anos parei de fato com esse trabalho.
PNF: Você namorou alguém nesses 12 anos?
GWYNETH: Não, na verdade era muito difícil ter um relacionamento sério com alguém quando você trabalha como uma acompanhante de luxo.
PNF: Você realmente transou com 10 mil homens ou você só usou o número como um símbolo para o livro?
GWYNETH: Não é um número simbólico. Eu cheguei a esse número baseada nos impostos que eu pagava todas as vezes que me encontrava com um cliente. O valor dos impostos pagos me levou à quantidade. Quando fiz as contas e cheguei a esse número pensei: “Uau, isso é muita coisa. Me doeu, sabe?”.
PNF: E você se lembra de todos eles ou de algum em especial?
GWYNETH: Não me lembro de todos, não mesmo. Claro que os mais frequentes, os mais engraçados ou os mais estranhos não dá para esquecer.
PNF: Em seu livro você descreve sobre as escandalosas atividades e orgias sexuais as quais você se submeteu. Que tipo de coisa você fazia?
GWYNETH: Eu era muito jovem, sabe. Comecei muito tímida e, aos poucos, fui ganhando segurança comigo mesma e passei a entregar serviços além do que os meus clientes estavam esperando. Muitos homens choravam e queriam apenas um pouco de intimidade, não era uma coisa tão mecânica ou só pelo sexo. Eles realmente querem conhecer a mulher que está ali e era assim que aconteciam as coisas. Algumas vezes eles tinham uma fantasia e eu as realizava, afinal aquilo era parte do meu trabalho. Encontros bissexuais eram comuns, eu ia para cama com um outro homem e uma garota. Nas orgias participavam cerca de quatro, cinco homens. Não mais do que seis. Era comum também sempre ter uma outra mulher nesses encontros. Nunca fiz sexo sem camisinha e fazia sempre testes mensais para checar se tinha alguma doença sexualmente transmissível.
PNF: Qual foi o pedido mais estranho que você recebeu?
GWYNETH: Oh, meu Deus! Um dos meus clientes quis se vestir de mulher, ele colocou lingerie e até mesmo maquiagem. Nós estávamos em um quarto de hotel que tinha uma varanda para a área da piscina e depois de um tempo percebemos que todo mundo podia nos ver. Foi muito engraçado e constrangedor ao mesmo tempo. Foi um show de exibicionismo, meu Deus. Foi embaraçoso, mas eu conto coisas muito mais escandalosas no livro.
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