terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Nas lojas, 83 anos depois, o diário de uma artista suicida


“Não leia agora.” Essas foram as últimas palavras que a pintora e escultora Marga Gil Roësset disse a Juan Ramón Jiménez, na casa do poeta — 24 anos antes de ele ser condecorado com o Prêmio Nobel de Literatura — na Rua Padilla, em Madri, enquanto deixava sobre a sua mesa uma pasta amarela. Ali estava guardada a revelação de seu amor impossível por ele, que a levou a uma decisão fatal. Marga saiu da sala do escritor, foi até o estúdio onde vinha trabalhando nos últimos meses e destruiu todas as suas esculturas, exceto um busto de Zenobia Camprubí, a esposa de seu amado.

Ela deixou o local para cumprir o destino que havia planejado. Primeiro, passou pelo Parque del Retiro; em seguida, pegou um táxi para a casa de seus tios, em Las Rozas, e ali disparou um tiro na têmpora.

Era quinta-feira, 28 de julho de 1932. Ela tinha 24 anos; ele, 51. Oito meses antes, ela tinha conhecido o poeta e sua mulher, com quem travara uma amizade sincera e afetuosa. Mas, no âmago da jovem artista, a quem Juan Ramón e Zenobia chamavam de “a menina”, também se intensificava em silêncio uma paixão amorosa não correspondida. Ameaçadora. Até que esse amor dominou toda a sua vida e se converteu em tragédia.

EXÍLIO REPENTINO

“…E eis que... Já não posso viver sem ti... Não... Já não posso viver sem ti... Tu, como podes, sim, viver sem mim... Deves viver sem mim...”


Fonte: O Globo (matéria completa aqui)


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