terça-feira, 20 de agosto de 2013

O homem que recusou Harry Potter


“Caro Roberto, temos aqui um livro juvenil, com ótimo potencial de venda, que você deveria comprar. Chama-se ‘Harry Potter’.”

“Obrigado pela indicação, Tessie, mas não tenho interesse.”

“Roberto, o livro vai estourar. É essa sua decisão? Você vai se arrepender.”

“Sim, é essa minha decisão, Tessie. Muito obrigado.”


Foi com alguns erros – e muitos acertos – que Roberto Feith fez da editora Objetiva uma das maiores do país. A troca de e-mails, descrita acima, ocorreu em meados dos anos 1990, entre Tessie Barham, hoje uma importante agente literária – na época uma das “avaliadoras de textos” da Objetiva –, e Feith, um jornalista bem-sucedido, dono de uma produtora de vídeo, recém-migrado para o incerto mercado editorial brasileiro.

Depois de rejeitar a saga escrita por J. K. Rowling, que vendeu 450 milhões de exemplares pelo mundo – 4 milhões deles no Brasil (pela editora Rocco) –, Feith conseguiu dar a volta por cima: trouxe o astro Paulo Coelho para a então média editora, fez de Luis Fernando Verissimo um dos autores mais populares do país e deu o salto financeiro no momento certo, em 2005 – quando o mercado editorial brasileiro se tornou altamente competitivo –, ao vender 75% da Objetiva ao grupo Prisa-Santillana, gigante do setor.

A transação permitiu que a editora realizasse um amplo plano de reestruturação, que tinha como objetivo torná-la mais dinâmica e diversa. Hoje, sob o comando de Roberto Feith, de 61 anos, o grupo se divide em cinco selos (Suma, Alfaguara, Fontana, Objetiva e Ponto de Leitura), cada um com equipes próprias e objetivos distintos, apoiados pela mesma estrutura operacional e empresarial – e não depende mais de um best-seller para sobreviver.

Fonte: observatoriodaimprensa


2 comentários:

  1. Olá! Não é um erro que destrói um homem competente, não é mesmo? Garra e persistência valem muito mais! A Editora Objetiva é realmente um sucesso!

    Abraços, Isabela.

    www.universodosleitores.com

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  2. Oi, Isabela ;)

    Sem dúvida!

    É aquela velha história: aprendemos mais com os "erros" do que com os "acertos".

    Abraços

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