domingo, 8 de setembro de 2013

Outras cores além do “cinza” - Literatura Erótica


Para provar que o erotismo está presente na literatura bem antes de Cinquenta Tons de Cinza, montamos uma lista com 9 livros que polemizaram ao falar do tema. Incluímos até um romance do século 18. Confira!


 - Fanny Hill, de John Cleland (fim dos anos 1740)

Jovem adolescente inglesa, órfã, é convencida de que terá mais futuro ao se tornar uma cortesã em Londres do que se procurar um marido. Narrado em primeira pessoa pela garota, mais marota do que propriamente inocente, relata com requintes gráficos as experiências eróticas de sua protagonista. Publicado no fim dos anos 1740, é considerado um dos primeiros romances eróticos modernos - e, assim que ganhou a letra impressa, provocou a prisão do autor, dos editores e dos impressores. 


- Os 120 Dias de Sodoma, do Marquês de Sade (1785)

A "grande obra perdida" do escritor e filósofo que deu nome ao conceito de "sadismo". Quatro homens ricos resolvem, ao fim do reinado de Luís XIV, trancar-se em um castelo na Floresta Negra para entregar-se sem culpa ao abuso e à violência física e sexual contra vítimas a sua disposição. Foi dado como perdido pelo próprio Marquês, depois de sua transferência da Bastilha para o hospício de Charenton, em 1789. Foi encontrado intacto no fim do século 19 e vendido a um psiquiatra berlinense.

- Eu e o Governador, de Adelaide Carraro (1963)


Um dos grandes escândalos literários nacionais na era pré-celebridades foi este romance em que Adelaide Carraro narra sua história de jovem órfã lutando contra as adversidades. Buscando “um lugar ao sol”, a protagonista cede aos desejos de muitos homens para conseguir um emprego no serviço público. Até que é apresentada ao governador de São Paulo, de quem se torna amante. Publicado em 1963, é um “roman à clef” sobre um suposto caso da autora com Jânio Quadros.

- História de O., de Pauline Réage (1954)

Publicado na França em 1954, o livro narra com minúcias o mergulho da protagonista em um universo de sadomasoquismo e submissão sexual. Logo depois de sua vinda a público, o livro sofreu várias interdições e a autora e a editora foram alvo de um processo judicial por obscenidade - isso e o fato de não se conhecer inicialmente a identidade da escritora alavancaram às alturas a venda, inclusive clandestina, do livro.


- A Vida Sexual de Catherine M., de Catherine Millet (2001)

Até 2001, Catherine Millet era uma das mais respeitadas críticas de arte da França, diretora da prestigiada Art Press e autora de livros considerados referência, o que tornou ainda mais surpreendente o surgimento de seu livro de memórias eróticas. Catherine descreve com detalhes suas experiências sexuais, desde a perda da virgindade, nos anos 1960, até a relação com seu marido, passando por orgias, sexo em parques públicos e até na redação de sua revista. O livro foi o grande escândalo do início do novo século 21 na França - e também um de seus primeiros best-sellers.

- O Sofá, de Crebillon de Fils (1742)

Condenado por decreto divino a reencarnar sucessivas vezes como um sofá, o narrador deste livro tem de sustentar e dar apoio, literalmente, a diversos tipos de aventuras amorosas e sexuais, presenciando cenas que vão do alegre ao trágico. De quebra, compartilha com os leitores as mais variadas histórias de sacanagem, além de desmascarar a falsa virtude, a hipocrisia, o instinto, a vaidade, a fantasia e outros tantos vícios humanos. Ele só vai encontrar a libertação quando acomodar o casal perfeito, isto é, duas pessoas verdadeiramente apaixonadas.

- Teresa Filósofa (autor anônimo, século 18)

Um dos maiores best-sellers da Europa do século 18, Teresa Filósofa é o romance de formação de uma jovem tão inocente quanto disposta a fazer render todas as lições de luxúria de seus preceptores. No livro, a libertinagem, vem sempre acompanhada da frase suave e precisa, cuidadosamente torneada. E divertidíssima: como um Decamerão mais cínico, este livro, – um dos maiores best sellers do seu tempo – legítima "jóia indiscreta", é a enciclopédia ideal para aplicados amantes de mulheres ou boa literatura.

- Trópico de Câncer, de Henry Miller (1934)

O livro traz um relato autobiográfico e idiossincrático de Miller, que chega a Paris após abandonar nos Estados Unidos um casamento arruinado e uma carreira estagnada. Mesmo sem um centavo no bolso, Henry Miller é apresentado à boemia francesa e redescobre seu próprio talento em dias e noites de liberdade e alegria sem fim.

- A História do Olho, de Georges Bataille (1928) 

A novela acompanha as descobertas, feitos e extravagâncias sexuais do narrador e de sua amiga Simone, dois jovens que vivem magicamente à margem da censura adulta, percorrendo um cenário de sonhos. O livro faz da história libertina um veículo de revelações sobre o corpo, a vida e a morte.



5 comentários:

  1. Hum!!!!Adorei as dicas... já acabei de colocar na minha lista de favoritos.
    Adoro a sensualidade, os desejos aflorados e amor como plano de fundo.
    Delicia!!
    Bjs
    Excelente semana
    Ritinha

    Ah! nem me apresentei, né?
    Vim visitar e estarei sempre por aqui.

    ResponderExcluir
  2. De fato eu já sabia que esse tipo de literatura há muito tempo exista e sempre achei ignorância de muita gente tachar Cinquenta Tons de Cinza como a primeira história desse tipo. Também, muita gente criticou Cinquenta Tons dizendo que não acreditam que um livro dessa categoria, digo, com esse tema possa ter tanto sucesso. A explicação é simples, hoje o tema sexual é bem mais difundido e aceito pela sociedade do que nessas outras épocas, logo, acho injusto da parte de alguns tacharem o livro como ruim, não que seja de fato o melhor livro do mundo rs, mas ele foi publicado em um tempo diferente, né gente rs Pense bem, o próprio Oscar Wilde, ilustre e grande escritor escreveu sobre homossexualidade em uma época que pensar nisso não era cabível! Enfim, gostei da matéria, Max! Parabéns.

    ResponderExcluir