terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O livro de Jobs


O escritor inglês Will Self argumenta que a Apple, mais do que comercializar equipamentos eletrônicos, aspira a uma estética transcendental, articulação entre os desejos de seus designers e os dos consumidores. Self "conclui": os produtos da companhia são a única interface de que necessitamos com o mundo global.


O jornalista e biógrafo Leander Kahney faz Jony Ive parece um oráculo, ao usar as palavras deste como epígrafe do capítulo sobre o iPhone de seu recém-lançado livro sobre o mago da Apple: "Nesses primeiros estágios de design (...) sempre conversamos sobre a história do produto -falamos de percepção. Falamos daquilo que você sente sobre o produto, não num sentido físico, mas perceptivo".


Ao longo de toda a biografia que escreveu sobre o responsável há duas décadas pelo design da Apple, Kahney toca várias vezes na noção formulada por Ive da "narrativa" de um produto, e essa formulação nos leva perto do metafísico, sugerindo, talvez, que iMacs, PowerBooks, iPods e iPads concebidos pelo designer britânico devam ser considerados não como meros fenômenos, mas como verdadeiros números.

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